A Nova Face da Violência Escolar

A Nova Face da Violência Escolar

A violência nas escolas brasileiras tem se tornado um problema crescente e multifacetado, afetando diretamente a segurança e o bem-estar de adolescentes. O que antes parecia restrito ao ambiente escolar, hoje se estende ao lar, às redes sociais e aos próprios dispositivos eletrônicos, transformando a rotina de milhares de jovens em um campo de vulnerabilidades físicas, emocionais e digitais.

O avanço da violência nas escolas

Entre 2013 e 2023, o número de vítimas de violência interpessoal nas escolas saltou de 3,7 mil para 13,1 mil, segundo dados de levantamentos recentes. Essa escalada não se limita a agressões físicas. Casos de bullying psicológico, verbal e simbólico se intensificaram, assim como relatos de automutilação e ideação suicida entre estudantes. Práticas institucionais excludentes, muitas vezes alheias às pautas de diversidade racial, de gênero e orientação sexual, também contribuem para a sensação de não pertencimento e insegurança.

A violência que atravessa os muros da escola

Estar em casa já não garante proteção. Especialistas em saúde mental alertam para o crescimento do cyberbullying, caracterizado por ataques repetitivos e intencionais através das redes sociais. Para muitos adolescentes, a violência não tem hora para acabar — ela continua no celular, mesmo após o término do horário escolar. Além disso, plataformas digitais como TikTok, Discord e Telegram vêm sendo utilizadas por grupos extremistas para disseminar discursos de ódio e recrutar jovens vulneráveis. Em busca de pertencimento, adolescentes podem ser alvos fáceis de radicalização, iniciada em conteúdos públicos e aprofundada em fóruns fechados.

Intervenção e prevenção: o papel da escola e da sociedade

Psicólogos e educadores defendem que o combate à violência deve ser coletivo e contínuo. Uma das principais propostas é a inserção de equipes multidisciplinares nas escolas — com psicólogos, assistentes sociais e mediadores — para promover escuta ativa, acolhimento e ações preventivas. Também é essencial fortalecer a formação de professores e criar espaços de diálogo com as famílias.

Em paralelo, cresce a demanda por políticas públicas eficazes para rastrear e coibir crimes de ódio nas redes. Ferramentas tecnológicas que detectem padrões de comportamento suspeito e maior colaboração entre plataformas digitais, escolas e autoridades policiais são consideradas urgentes.

Uma responsabilidade coletiva

A violência que atinge os adolescentes de hoje é complexa, ramificada e, muitas vezes, silenciosa. Ela exige um olhar atento e integrado entre diferentes esferas da sociedade. Famílias, escolas, redes sociais e o poder público precisam se unir para criar uma rede real de proteção, escuta e ação. Garantir segurança e bem-estar para os jovens não é apenas uma questão educacional — é uma prioridade social.

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