Homem morre após abordagem policial em Guaíba: família pede reabertura das investigações

Homem morre após abordagem policial em Guaíba: família pede reabertura das investigações

Homem morre após abordagem policial em Guaíba: família pede reabertura das investigações

Carlos Eduardo Nunes, de 44 anos, faleceu na noite da última segunda-feira (1º), após permanecer em coma por mais de 60 dias. Ele havia sido internado em estado grave no dia 24 de junho, após uma abordagem da Brigada Militar em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Imagens gravadas por testemunhas mostram o momento em que quatro policiais — dois deles sem farda — imobilizam Carlos durante a ação. No vídeo, é possível ver o homem sendo contido por uma técnica que se assemelha ao chamado “mata-leão”. Pouco depois, ele aparece desacordado, sendo levado à força até uma viatura.

Desde o episódio, Nunes permaneceu internado na UTI do Hospital Moinhos de Vento, na capital gaúcha. Segundo familiares, ele não apresentou melhora neurológica desde o ocorrido, consequência de um suposto quadro de asfixia. Apesar de ter sido transferido para um quarto nas últimas semanas, ele não resistiu às complicações e veio a óbito.

O filho da vítima, Weverson Eduardo Fernandes Nunes, de 23 anos, afirma que os médicos sempre foram cautelosos quanto à possibilidade de recuperação. “Meu pai foi sufocado. A polícia não é treinada para agir assim. O que aconteceu ali foi abuso de força. Agora, o que a gente quer é justiça”, declarou.

Investigação arquivada pela Polícia Civil

Apesar das alegações da família, o inquérito da Polícia Civil foi concluído sem responsabilizar os agentes envolvidos. A delegada responsável, Karoline Calegari, informou que os policiais agiram dentro dos parâmetros legais e que a abordagem foi justificada pela resistência apresentada por Carlos.

O laudo pericial apontou como causa da morte uma parada cardiorrespiratória, sem estabelecer uma ligação direta com a técnica utilizada durante a contenção. A Polícia Civil também destacou que os agentes usaram métodos de imobilização considerados menos agressivos e que o uso de uma arma de choque (taser) ocorreu apenas após tentativa de diálogo.

De acordo com o depoimento de um dos policiais, o homem não foi segurado pelo pescoço, mas sim pela região da clavícula, com o objetivo de impedir que ele se machucasse ou agredisse os agentes com movimentos bruscos da cabeça.

Família vai recorrer

Com a morte de Carlos Eduardo, os familiares contrataram um advogado e pretendem solicitar a reabertura do caso. A intenção é que novas perícias e análises sejam realizadas. O caso também está sob revisão pela Corregedoria da Brigada Militar e poderá ser encaminhado ao Ministério Público e ao Tribunal de Justiça Militar.

Há relatos de que Carlos era usuário de drogas e estaria em surto no momento da abordagem, o que, segundo especialistas, exige ainda mais cautela por parte dos agentes de segurança pública.

A data do velório e do enterro ainda não foi divulgada. O sepultamento será realizado no município de Charqueadas.

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