Porto Alegre – O primeiro dia de reajuste na tarifa de ônibus de Porto Alegre, que passou a ser de R$ 5,00, trouxe um clima de insatisfação entre os passageiros que dependem do transporte coletivo para se locomover pela cidade. Com a justificativa de garantir a sustentabilidade do sistema, o aumento de 10 centavos na passagem gerou um desgaste imediato, com muitos usuários criticando a qualidade dos serviços prestados.
Relatos de atrasos recorrentes, intervalos prolongados entre viagens e a deterioração das condições de alguns coletivos marcaram o dia, que deveria ser de adaptação à nova tarifa. "O ônibus chega sempre atrasado, e agora temos que pagar mais por esse serviço ruim. A situação está cada vez pior", desabafou Simone Souza, moradora do bairro Azenha, enquanto aguardava o transporte em um ponto de ônibus da Zona Norte.
Entre as reclamações mais frequentes, a falta de pontualidade tem sido a principal preocupação dos usuários. Além disso, muitos apontam a infraestrutura dos coletivos como um ponto crítico. Bancos quebrados, ar-condicionado ineficiente e falta de limpeza nos veículos são alguns dos problemas mencionados.
Em nota, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) afirmou que o reajuste visa equilibrar o custo do serviço, que, segundo a administração municipal, sofreu aumentos nos combustíveis, insumos e custos operacionais. A Prefeitura de Porto Alegre ressaltou ainda que um novo plano de melhorias para o sistema de transporte será implementado a partir dos próximos meses, com investimentos na renovação da frota e aumento da fiscalização.
No entanto, os passageiros continuam aguardando respostas mais concretas. "Nós pagamos mais e continuamos sendo tratados com descaso. Precisamos de mais transparência e qualidade", reclamou Ricardo Almeida, outro passageiro que aguardava o transporte em um ponto movimentado da Avenida Ipiranga.
Apesar da promessa de melhorias, a insatisfação continua em alta entre aqueles que enfrentam a rotina de um transporte público que não acompanha o crescimento populacional e as demandas da cidade. Em tempos de crise, os desafios para equilibrar o aumento de tarifas e melhorar os serviços parecem cada vez mais difíceis de serem conciliados.