O Rio Grande do Sul confirmou nesta sexta-feira, 4 de abril de 2025, dois marcos preocupantes no avanço das arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Pela primeira vez na história, o Estado registrou uma morte por febre chikungunya. Além disso, foi confirmada a segunda morte por dengue neste ano, intensificando o alerta das autoridades de saúde.
Primeiro óbito por chikungunya no RS
A vítima da febre chikungunya foi um homem de 68 anos, morador do município de Carazinho, no norte do Estado. Portador de comorbidades, ele faleceu em março, mas a confirmação da causa da morte veio apenas após análise laboratorial feita pelo Laboratório Central do Estado (Lacen).
Carazinho tem sido o epicentro da doença no RS. Com 97 casos confirmados e outros 60 sob investigação, o município decretou situação de emergência diante da escalada nos números. Dos 107 casos de chikungunya registrados em todo o Estado, 88 ocorreram em Carazinho e 5 em Salvador das Missões — todos autóctones, ou seja, contraídos dentro do próprio território gaúcho.
Segunda morte por dengue em 2025
A dengue também segue avançando. O segundo óbito pela doença neste ano ocorreu em Cachoeira do Sul, envolvendo uma idosa de 83 anos com comorbidades. Ela faleceu em 26 de março. O primeiro caso fatal de dengue em 2025 foi registrado em Porto Alegre, no dia 15 de março, e também envolveu uma mulher com histórico de saúde delicado.
Ao todo, o Estado já contabiliza 4.703 casos de dengue neste ano, sendo 4.159 autóctones. O crescimento dos registros reforça o estado de alerta para os serviços de saúde.
Combate e prevenção
Em resposta ao avanço das doenças, as prefeituras e o Governo do Estado intensificaram as ações de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti. Entre as medidas adotadas estão mutirões de limpeza urbana, aplicação de inseticidas e o uso de drones para mapear focos do vetor.
A febre chikungunya e a dengue têm sintomas semelhantes — febre alta, dores no corpo e mal-estar geral —, mas a chikungunya se diferencia por provocar dores articulares severas que podem se prolongar por meses, comprometendo a qualidade de vida dos pacientes.
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) reforça que a principal estratégia de contenção é a eliminação dos criadouros do mosquito, como recipientes com água parada. Além disso, a pasta busca apoio de recursos estaduais e federais para ampliar a resposta preventiva. A participação ativa da população é considerada fundamental para conter a disseminação das doenças.