Uso de Bebês Reborn Gera Polêmica e Leva à Apresentação de Quatro Projetos de Lei em Dois Dias

Uso de Bebês Reborn Gera Polêmica e Leva à Apresentação de Quatro Projetos de Lei em Dois Dias

A repercussão de vídeos nas redes sociais envolvendo bonecos hiper-realistas conhecidos como bebês reborn utilizados por algumas pessoas para simular a presença de crianças reais  levou parlamentares a propor mudanças na legislação. Em apenas dois dias, quatro projetos foram apresentados com o objetivo de impedir o uso desses bonecos para obtenção de benefícios destinados a crianças de verdade.

O debate ganhou força depois que internautas compartilharam imagens de situações em que os reborns foram usados para tentar acessar atendimentos prioritários em hospitais e filas preferenciais, provocando reações tanto do público quanto de autoridades.


Projetos em tramitação

Entre as propostas está a do deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL-MG), que quer proibir a tentativa de obtenção de atendimento médico por meio de bonecos. Segundo ele, permitir que serviços de saúde atendam objetos fere os princípios da administração pública e prejudica crianças que realmente precisam de assistência.

Na Câmara dos Deputados, o deputado Zacharias Calil (União Brasil-GO) propôs transformar em infração administrativa o uso de reborns ou qualquer objeto que simule um bebê com o objetivo de obter vantagens. A penalidade pode incluir multa entre cinco e 20 salários mínimos, com valores revertidos para programas voltados à primeira infância. Casos ocorridos em Minas Gerais, que ganharam destaque na internet, foram usados como referência para a proposta.

Já o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) defende a proibição do atendimento a esses bonecos em qualquer unidade de saúde do país. Ele argumenta que o uso da estrutura do SUS para esse fim contraria os princípios da legalidade, da impessoalidade e da eficiência, desviando recursos de quem realmente necessita.

A deputada Rosangela Moro (União Brasil-SP), por sua vez, apresentou um projeto com foco na saúde mental. Reconhecendo que os bebês reborn podem ter função terapêutica em alguns casos, ela propõe a oferta de apoio psicológico para pessoas que desenvolvam vínculos emocionais intensos com os bonecos — especialmente em contextos de luto ou solidão.


Reações e preocupações

A crescente exposição de vídeos que mostram interações detalhadas com os reborns, incluindo simulações de cuidados como alimentação e choro, levantou questionamentos sobre os limites do uso desses bonecos na vida cotidiana.

As propostas em análise no Legislativo buscam garantir que os benefícios e serviços públicos voltados à infância não sejam desviados por práticas que, embora incomuns, têm ganhado visibilidade. O tema agora avança nos debates legislativos, dividindo opiniões e exigindo atenção para o equilíbrio entre liberdade individual e responsabilidade social.

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