A moda das bebidas energéticas

A moda das bebidas energéticas

Nas prateleiras dos mercados e nas festas universitárias, elas estão por toda parte. As bebidas energéticas se tornaram um símbolo de disposição e até de “estilo de vida agitado”. Prometem energia imediata, concentração e resistência. Mas, por trás da popularidade, especialmente entre jovens, é preciso olhar com atenção para os efeitos que essas latinhas podem causar.

O grande atrativo está na cafeína, presente em quantidades que podem variar de 70 a mais de 200 mg por lata – em comparação, uma xícara de café coado tem cerca de 80 mg. Esse estimulante atua diretamente no sistema nervoso central, aumentando a sensação de alerta e reduzindo o cansaço. Além disso, muitos energéticos trazem taurina, glucoronolactona, vitaminas do complexo B e açúcar em doses generosas. O efeito imediato pode até ser positivo: uma ajuda para quem precisa virar a madrugada estudando, dirigir longas horas ou manter-se acordado em compromissos sociais. Entretanto, quando o consumo é frequente e em excesso, os riscos superam os benefícios. Estudos associam a ingestão elevada dessas bebidas a palpitações, aumento da pressão arterial, ansiedade, distúrbios do sono e, em casos extremos, arritmias cardíacas. Não é à toa que a Associação Brasileira de Cardiologia alerta para cuidados no consumo, especialmente em pessoas com histórico de problemas cardíacos.

Um ponto delicado é a associação com álcool. Misturar energético com bebidas alcoólicas pode criar a falsa sensação de sobriedade. A pessoa se sente desperta, mas continua sob os efeitos do álcool, o que aumenta o risco de acidentes e comportamentos de risco. Na prática, como usar essas bebidas de forma mais segura? A primeira dica é moderação: a Organização Mundial da Saúde recomenda que adultos saudáveis não ultrapassem 400 mg de cafeína por dia, o que significa, em média, duas latas de energético ou quatro xícaras de café. Jovens e adolescentes devem ter atenção redobrada, já que a sensibilidade à cafeína é maior. Vale também considerar alternativas naturais, como uma boa noite de sono, hidratação adequada e alimentação equilibrada, fontes reais e sustentáveis de energia. Para quem precisa de foco, opções como chá verde ou café podem oferecer estímulo com menos riscos. E, para praticantes de atividade física, água e isotônicos podem ser escolhas mais adequadas para repor líquidos e eletrólitos.

O consumo ocasional de energéticos dificilmente trará grandes prejuízos. O problema surge quando a exceção vira rotina. Energia de verdade não vem de uma lata, mas de escolhas diárias que fortalecem corpo e mente. Afinal, de que adianta ter energia imediata se, no longo prazo, o preço é a saúde?

 

A moda das bebidas energéticas

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