CTG Gomes Jardim reinaugura Biblioteca Aparício da Silva Rillo em Guaíba

O CTG Gomes Jardim, tradicional entidade cultural de Guaíba, reinaugurou no dia 27 de março de 2025 a Biblioteca Aparício da Silva Rillo. O espaço, originalmente inaugurado em 1992, estava desativado há alguns anos e agora foi totalmente revitalizado com recursos do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA).

O projeto de reabertura, idealizado por Elena Silveira, tem como principal objetivo promover atividades culturais voltadas a estudantes da rede municipal de ensino. Estão previstas ações como momentos de leitura, narração de histórias e vivências sobre a cultura gaúcha, reforçando o compromisso do CTG com a formação cidadã e o resgate das tradições.

A cerimônia contou com a presença de figuras históricas ligadas à criação da biblioteca, como Jane Silveira e Ivan Barcelos — que era patrão do CTG na inauguração original. Tania Figueiredo, também fundadora, não pôde estar presente, mas foi homenageada durante o evento.

A biblioteca leva o nome de Aparício da Silva Rillo, renomado poeta, escritor e folclorista que nasceu em Porto Alegre em 1931, mas foi registrado em Guaíba, onde estudou na Escola Gomes Jardim. Passou grande parte da vida em São Borja, cidade onde dá nome a uma escola e a um museu. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras e da Academia da Estância da Poesia Crioula, Rillo foi autor dos hinos oficiais de São Borja, Cerro Largo e Santa Rosa. Em 1962, fundou o Grupo Amador de Arte “Os Angüeras”.

Entre suas canções mais conhecidas está “Guaíba Antiga”, que participou da Reculuta da Canção em 1982. Sua célebre coleção Rapa de Tacho, que reúne causos gauchescos, vendeu mais de 70 mil exemplares, sendo um marco editorial no Rio Grande do Sul. Letrista talentoso, Rillo teve obras musicadas por nomes como José Bicca, Luiz Carlos Borges, Marinho Barbara, Pedro Ortaça, Cenair Maicá e Noel Guarany.

Faleceu em São Borja, onde está sepultado no Cemitério Jardim da Paz. Em seu mausoléu, um de seus versos eterniza sua sensibilidade poética:
“Morreu, decerto, sem ter realizado o seu sonho que é a impossível miragem dos puros de coração.”

Com a reabertura da biblioteca, o CTG Gomes Jardim não apenas homenageia um dos grandes nomes da cultura gaúcha, mas também renova seu papel como espaço de preservação da identidade sul-rio-grandense, especialmente entre crianças e jovens.